Os menores comerciantes deslocam-se àquele local de manhã e só saem de lá quando o sol se deita. Não sabemos se estas crianças frequentam a escola. Se a frequentam, não temos conhecimento sobre o momento em que elas abandonam este lugar para entrarem no processo de ensino aprendizagem e/ou formação. Se frequentam a escola, estamos curiosos em relação aos seus resultados. Não podemos neste momento dizer se os seus resultados escolares são satisfatórios ou não por falta de informação proveniente das escolas. Mas, é lamentável.
Seria muito importante percebermos o que leva essas crianças a se dedicarem ao comércio nesta sua tenra idade. A sua proveniência, geográfica, familiar e cultural não seria menos importante como ponto de partida para a compreensão deste fenómeno. De onde vêm estas crianças? Serão elas da província/cidade de Maputo? Qual é a estrutura familiar de onde saem estas crianças? Quais são os valores morais e culturais dessas famílias? Os seus familiares estarão eles conscientes das consequências futuras desta prática sobre a criança e sobre a sociedade moçambicana em geral?
Não é menos evidente, também, a presença de jovens, adultos e idosos praticantes
das mesmas actividades comerciais, nesta paragem de autocarros da Malanga. As palavras
mais pronunciadas por eles não ultrapassam muito os nomes dos produtos por eles
vendidos e dos seus preços. Pronunciam geralmente apenas o nome do produto a
ser vendido e o seu preço. É essa prática que os mais velhos transmitem aos
mais novos neste local.
É aqui na paragem da Malanga, em Maputo, e em outros lugares que não vou
aqui referenciar (mas o farei nos próximos textos) que as crianças aprendem a
lidar com o comércio informal e consequentemente com o dinheiro para satisfazer,
provavelmente, as suas ou as necessidades de alguém.
Procuremos consciencializar os nossos concidadãos para não fomentarem esta
prática nas crianças, pois as consequências inesperadas disso podem ser
drásticas. Não coloquemos as nossas crianças em risco sob o pretexto de que não
há outros meios de sobrevivência. A estrada não é lugar de circulação de
crianças. O comércio não deve ser visto como uma brincadeira para criança.
Juntos na luta contra o trabalho infantil… Lutemos contra as creches
comerciais!!!
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