terça-feira, 24 de novembro de 2015

HÁ UM SORRISO QUE NOS (DES)LIGA?

Vamos deixar viajar a nossa imaginação. Vejo duas possíveis interpretações dessa publicidade: A primeira é que a mensagem (“Há um sorriso que nos liga”) é dirigida aos beneficiários dos serviços da MCel e a segunda é que, embora haja ou tenha havido uma espécie de rivalidade entre a MCel e a Vodacom há um sorriso que os liga. Passo a explicar esses dois posicionamentos nos parágrafos a seguir.

Na primeira visão, há um processo de alargamento da rede de clientes da MCel o que significa que todos os clientes desta empresa estão supostamente ligados entre si por um sorriso. (Concordo que tudo isso seja marketing!). 

Se esse facto tivesse alguma relação com a realidade social, não precisaríamos perguntar que rede telefónica a pessoa usa ao pedirmos o seu contacto, em primeiro lugar. Em segundo lugar, correríamos sérios riscos de nos enganarmos pois há indivíduos que usam Vodacom ou outras redes de telefonia e que se ligam aos outros pelo sorriso. Em terceiro lugar, há indivíduos que usam MCel mas que não sorriem por nada (incluindo alguns funcionários desta empresa que supostamente usam essa rede). Finalmente há aqueles indivíduos que sorriem sem sequer ter telemóvel e ligam-se, mesmo assim, aos outros.

Na segunda visão, precisamos de nos lembrar um pouco das publicidades que eram feitas pela MCel e pela Vodacom nos anos de 2006 a mais ou menos 2012. Parecia que as duas empresas estavam a atacar-se uma a outra. Por exemplo, bónus yó-yó que era transformado em bónus nhô-nhô, apresentava-se um indivíduo que se fazia passar por alguém (que fazia o papel dum estrangeiro) que não sabia dançar marrabenta (música de António Marcos) ou ainda falava português com um sotaque de estrangeiro não falante do português, quando uma das empresas atingiu o cliente 1 milhão, apareceu a outra a dizer que era um milhão desenrascado, etc. Espero que se lembrem destas e de outras publicidades da época.

Nesta imagem, estamos a ver a MCel (com a sua possível falência anunciada nos órgãos de informação) mostra à Vodacom que existe algo que as liga – um sorriso. Para quem leu um pouco sobre os significados do sorriso, sabe que este pode ser uma forma de revelar fraquezas escondidas. Será o caso da MCel?
Se quisermos, podemos ainda extrapolar a nossa imaginação e dizer que, havendo um sorriso que liga a MCel e a Vodacom, não há diferenças entre usar os serviços duma ou da outra. Embora a qualidade dos serviços possa não ser a mesma, o que acontece no fundo é que todos usamos os serviços dessas duas empresas para a comunicação no nosso quotidiano.

Para finalizar, tenho a referir que o lugar onde as publicidades são colocadas, em termos da proximidade ou não do lugar onde se encontra uma empresa prestando os mesmos serviços ou semelhantes, não tem grande prática. Penso assim pois constato ultimamente que os utilizadores dos serviços da MCel, Vodacom e Movitel usam cada uma dessas redes em função da qualidade dos serviços específicos que cada uma delas oferece, do número de contactos duma determinada rede que o indivíduo tem na sua lista, da publicidade boca-a-boca que se desenvolve com uma relativa rapidez na sociedade, entre outros.

Marcos SINATE

terça-feira, 17 de novembro de 2015

“Chamussa vermelha” da Universidade Eduardo Mondlane



A universidade Eduardo Mondlane introduziu já há algum tempo (desde que criou  os parques des estacionamento para os estudantes e visitantes)  o sistema de bloqueio de viaturas estacionadas em locais inapropriados.

Diferentemente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, a UEM não aplica multas pelo estacionamento em locais proibidos. Mas isso não significa que o condutor fique impune. O que faz a UEM?

Ao lado das viaturas bloqueadas por causa do suposto estacionamento num local proibido é frequente encontrar o seu condutor a ligar insistentemente para os números disponíveis na “chamussa vermelha”. Ninguém atende! Essa é a primeira sanção. 

A segunda sanção é ser privado de continuar com a sua jornada como ela tinha sido prevista pois o desbloqueio pode ser efectuado cinco ou mais horas mais tarde.

E finalmente a terceira sanção é o condutor (estudante ou o dr./Dr.) ser blasfemado pelo agente da segurança da UEM. (Você é condutor mas não conhece os sinais de trânsito; Você é estudante universitário ou dr./Dr. mas não sabe ler ou se sabe ler, não entende o que lê, etc.).

Para evitar esse tipo de sanções, abram o olho e respeitem a sinalização rodoviária. Nada de dizer que só vão fazer algo que leva menos de cinco minutos pois em nenhum momento o mau estacionamento (neste lugar) foi definido em função do tempo que a pessoa vai levar na universidade.

Marcos SINATE

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Montes de betão nas estradas de Maputo. Porquê?

Qual é o condutor que nunca teve que sair da sua faixa de rodagem para contornar um monte ou montes de betão que se encontram no meio da estrada? Se não o(s) contorna, pelo menos passa por cima dele(s)? É confortável, não é?  

Pois é, para além do local onde decorrem as obras de construção civil na cidade de Maputo, camiões usados para o transporte de betão para os locais em que decorrem as obras, sujam e danificam as estradas com restos de betão. Porquê? Será uma maneira de fazer a limpeza dos seus camiões? Será por negligência dos preceitos da postura urbana? Quando ''acidentalmente'' o camião despeja betão na estrada, o que é que o condutor deve fazer?
 
As avenidas Vladimir Lenine, 25 de Setembro, Filipe Samuel Magaia e Julius Nyerere são exemplos da realidade acima descrita. Depois da descarga do betão na obra, não se tem o cuidado de verificar se há sobras de betão dentro do camião que possam cair durante a sua marcha ou mesmo se o equipamento da descarga está completamente limpo. Resultado, o betão encontra-se espalhado por quase todas as ruas e avenidas da cidade de Maputo.
Como cidadãos deste país e deste município gostaríamos de ver esta realidade invertida. Os cidadãos (automobilistas), o meio ambiente e o espaço físico urbano merecem o respeito de todos. Já temos o problema dos buracos nas estradas; temos o problema dos buracos nos passeios (que perigam a saúde do cidadão), temos o lixo (problema já quase minimizado mas permanece), etc. que precisam de ser resolvidos.
Então, senhores construtores de edifícios, tentem respeitar as normas de higiene e segurança nos vossos locais de trabalho e em todos os locais por onde passam os vossos camiões transportadores de betão.

Juntos por estradas livres do betão, das covas e do lixo.

Abram o olho!
Marcos SINATE

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A polícia não conhece o código da estrada?



Esses carros estão estacionados na Avenida Olof Palme, ao lado do Ministério do Interior. Este último situa-se a escassos metros do Concelho Municipal que também está munida duma polícia que também faz a fiscalização rodoviária. Mas, nesta avenida cada condutor está livre de interpretar os sinais como quiser e fazer o que bem entender. É o que nos parece.

Há polícia a fiscalizar o trânsito neste local normalmente. Contudo, esses carros estão quase sempre lá estacionados, embora haja sinais que interditam o estacionamento. Os agentes da polícia de trânsito ficam mudas perante essa situação. Já não falamos da polícia municipal que descarta oportunidades de bloquear os carros com a sua famosa ''chamussa''. Mas estes parece terem preferência pelos carros que circulam e estacionam na Baixa da cidade de Maputo.



Nem a polícia de trânsito aplica multas e nem a polícia municipal faz o uso da sua ‘‘chamussa’’ nesse lugar.
Qual é o problema? Alguma coisa impede as autoridades policiais de fazer o uso dos seus instrumentos de trabalho que são supostamente legais? Têm medo de alguma coisa ou de alguém? De quem são esses carros?

Abram o olho!

Marcos SINATE


segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Moçambique devia ter Inspectores Linguísticos



‘‘A língua portuguesa vem de longe! Veio de barco!’’. Esta é uma das expressões que foi muito usada durante uns tempos da minha infância e adolescência. Sempre que alguém cometesse algum erro linguístico essa era a expressão que era usada para o justificar e a pessoa que o cometeu tendia a fazer imediatamente a respectiva correcção.
 
Ah, lembro-me também da expressão ‘‘Joker’’ que era usada pelos adolescentes e jovens como um mecanismo de controle dos erros linguísticos na oralidade. Estas práticas funcionavam muito bem e os falantes da língua portuguesa em Moçambique, alguns deles, melhoraram a sua expressão oral graças a essas ‘‘brincadeiras’’.

Ora, não sei que brincadeira podemos inventar para evitar os erros linguísticos que inundam os livros, jornais, anúncios de vaga, painéis publicitários e até em pedras que indicam a data de inauguração de certas instituições como é o caso da Biblioteca Brazão Mazula, cita no Campus da Universidade Eduardo Mondlane.
Acho que precisamos de Inspectores Linguísticos com poderes para sancionar sobretudo as instituições que publicam documentos contendo erros ortográficos, sintácticos, semânticos e morfológicos. É a imagem do nosso país que fica manchada. Os cidadãos dos outros países membros da CPLP ou ainda os que aprendem a língua portuguesa vão dizer que os moçambicanos escrevem assim enquanto não são os moçambicanos. Na verdade são alguns moçambicanos de que desconheço o perfil.
Em jeito de recomendação, antes da publicação de qualquer documento, que se procure alguém para fazer a sua respectiva revisão linguística.
Abram o olho!
Marcos SINATE

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Menores solteiros em Moçambique

Quando, nos anos 90, frequentávamos a 5ª classe, a 7ª classe e a 10ª classe do Sistema Nacional de Educação era-nos exigido que apresentássemos a Cédula Pessoal ou o boletim de nacimento como documentos de identificação para a realização dos exames (escapavam dessa os que tinham nota para ser dispensados dos exames). Exigiam-nos esses documentos pois éramos menores de 18 anos e não podíamos ter o Bilhete de Identidade.



Fiquei contente ao receber o meu primeiro Bilhete de Identidade aos 18 anos. Esse documento é que já era exigido para realizar os exames da 12ª classe. Supunha-se que que os alunos deste nível tinham pelo menos a idade requerida para ter um BI. Os menores que apareciam a frequentar a 12ª classe podiam ainda apresentar a Cédula Pessoal ou a Certidão de Nascimento.

Com a introdução do Bilhete de Identidade Biométrico (BIB), consta-me que todos os moçambicanos, independentemente da idade, podem ter esse documento de identificação, assim como podem a partir deste obter o passaporte. Os bebés podem ter BI. Foi um acontecimento marcante para mim e muito plausível. Não era muito bonito colocar duas ou três fotos de menores no passaporte. É minha opinião! Cada um com o seu passaporte, já é bonito.

Apesar disso, gostaria de fazer algumas observações em relação ao que acontece nos Bilhetes de Identidade para menores (sobretudo bebés).

Em primeiro lugar, fui hoje ao Serviço de Identificação Civil levantar o BI da minha filha. Parabéns, filha! Interessante foi saber que, do ponto de vista civil, a minha filha de 1 ano é solteira. Está escrito em letras maiúsculas e é bem visível: SOLTEIRA. É como se houvesse cidadãos com essa idade que fossem casados, divorciados ou viúvos. Moçambique é maning nice!

Em segundo lugar, não sou especialista em biologia. Porém, estudei um pouco essa disciplina até à 10ª classe e procurei informar-me um pouco mais sobre o desenvolvimento embrionário e fetal. No processo de desenvolvimento que vai até ao nascimento o feto cresce e chega a nascer com 50cm, em média, para os meninos e 48 a 49cm para as meninas. Penso que a minha filha é a única que mede 15cm com um ano de idade. Moçambique é maning nice!

Em jeito de recomendações: No que diz respeito ao estado civil dos menores, que se coloque uma sigla ou um símbolo qualquer para mostrar que esse item não é aplicável. Quanto à altura, os indivíduos que preenchem os formulários para a produção do BI devem tirar as medidas usando os instrumentos legais colocados a sua disposição e não apenas olhar para o indivíduos e imaginar a altura que eles possam ter. Lembro-me de terem escrito no meu BI que eu tinha 1,60cm de altura no lugar de 1,72cm. Questionei e disseram que fariam a correcção, mas, acreditem, passei 5 anos com a altura de 1,60cm.
 
Gostei de ver que para a assinatura, um dos pais é convidado a escrever: ‘‘Menor’’ no lugar de ‘‘Não sabe Assinar” como já verifiquei em alguns Bilhetes de Identidade de menores (bebés). Mas também ocorre a possibilidade de mencionar que esse item não é aplicável aos bebés.

Abram o olho e trabalhem com responsabilidade!
Marcos SINATE