quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A VENDA DE TERRENOS É (IN)CONSTITUCIONAL?

A venda de espaços para a construção de casas, produção agrícola e outras actividades é uma prática recorrente em Moçambique. Na cidade de Maputo não é raro encontrar panfletos e anúncios de venda de terrenos. Aparecem ainda, nesta cidade e província indivíduos que abordam os outros para informar da existência dum terreno ou de terrenos à venda. Mas, não nos devemos esquecer também daqueles indivíduos que nos abordam e perguntam se conhecemos alguém que tenha terrenos à venda ou nos pedem para cortar um pouco do nosso para vender. Com o surgimento das redes sociais, as publicidades da venda de terrenos já aparecem no facebook, em páginas pessoais ou ainda em páginas criadas especificamente para expor os “produtos” (terrenos) à venda.


Por que é que os fazedores e os aplicadores das leis deixam essa realidade ocorrer? São eles que bem sabem que “A terra não deve ser vendida, ou por qualquer outra forma alienada, nem hipotecada ou penhorada.” (no 2 do artigo 109 da Constituição da República). Será que não se apercebem dessa realidade?

Se a venda de terrenos ou espaços de terra for constitucional, que a informação nos chegue oficialmente pois trata-se dum negócio que parece ser muito rentável (ver imagem ao lado) e como se não bastasse os terrenos não são perecíveis. Se o são, ainda não tenho essa informação.

Marcos SINATE

terça-feira, 24 de novembro de 2015

HÁ UM SORRISO QUE NOS (DES)LIGA?

Vamos deixar viajar a nossa imaginação. Vejo duas possíveis interpretações dessa publicidade: A primeira é que a mensagem (“Há um sorriso que nos liga”) é dirigida aos beneficiários dos serviços da MCel e a segunda é que, embora haja ou tenha havido uma espécie de rivalidade entre a MCel e a Vodacom há um sorriso que os liga. Passo a explicar esses dois posicionamentos nos parágrafos a seguir.

Na primeira visão, há um processo de alargamento da rede de clientes da MCel o que significa que todos os clientes desta empresa estão supostamente ligados entre si por um sorriso. (Concordo que tudo isso seja marketing!). 

Se esse facto tivesse alguma relação com a realidade social, não precisaríamos perguntar que rede telefónica a pessoa usa ao pedirmos o seu contacto, em primeiro lugar. Em segundo lugar, correríamos sérios riscos de nos enganarmos pois há indivíduos que usam Vodacom ou outras redes de telefonia e que se ligam aos outros pelo sorriso. Em terceiro lugar, há indivíduos que usam MCel mas que não sorriem por nada (incluindo alguns funcionários desta empresa que supostamente usam essa rede). Finalmente há aqueles indivíduos que sorriem sem sequer ter telemóvel e ligam-se, mesmo assim, aos outros.

Na segunda visão, precisamos de nos lembrar um pouco das publicidades que eram feitas pela MCel e pela Vodacom nos anos de 2006 a mais ou menos 2012. Parecia que as duas empresas estavam a atacar-se uma a outra. Por exemplo, bónus yó-yó que era transformado em bónus nhô-nhô, apresentava-se um indivíduo que se fazia passar por alguém (que fazia o papel dum estrangeiro) que não sabia dançar marrabenta (música de António Marcos) ou ainda falava português com um sotaque de estrangeiro não falante do português, quando uma das empresas atingiu o cliente 1 milhão, apareceu a outra a dizer que era um milhão desenrascado, etc. Espero que se lembrem destas e de outras publicidades da época.

Nesta imagem, estamos a ver a MCel (com a sua possível falência anunciada nos órgãos de informação) mostra à Vodacom que existe algo que as liga – um sorriso. Para quem leu um pouco sobre os significados do sorriso, sabe que este pode ser uma forma de revelar fraquezas escondidas. Será o caso da MCel?
Se quisermos, podemos ainda extrapolar a nossa imaginação e dizer que, havendo um sorriso que liga a MCel e a Vodacom, não há diferenças entre usar os serviços duma ou da outra. Embora a qualidade dos serviços possa não ser a mesma, o que acontece no fundo é que todos usamos os serviços dessas duas empresas para a comunicação no nosso quotidiano.

Para finalizar, tenho a referir que o lugar onde as publicidades são colocadas, em termos da proximidade ou não do lugar onde se encontra uma empresa prestando os mesmos serviços ou semelhantes, não tem grande prática. Penso assim pois constato ultimamente que os utilizadores dos serviços da MCel, Vodacom e Movitel usam cada uma dessas redes em função da qualidade dos serviços específicos que cada uma delas oferece, do número de contactos duma determinada rede que o indivíduo tem na sua lista, da publicidade boca-a-boca que se desenvolve com uma relativa rapidez na sociedade, entre outros.

Marcos SINATE

terça-feira, 17 de novembro de 2015

“Chamussa vermelha” da Universidade Eduardo Mondlane



A universidade Eduardo Mondlane introduziu já há algum tempo (desde que criou  os parques des estacionamento para os estudantes e visitantes)  o sistema de bloqueio de viaturas estacionadas em locais inapropriados.

Diferentemente do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, a UEM não aplica multas pelo estacionamento em locais proibidos. Mas isso não significa que o condutor fique impune. O que faz a UEM?

Ao lado das viaturas bloqueadas por causa do suposto estacionamento num local proibido é frequente encontrar o seu condutor a ligar insistentemente para os números disponíveis na “chamussa vermelha”. Ninguém atende! Essa é a primeira sanção. 

A segunda sanção é ser privado de continuar com a sua jornada como ela tinha sido prevista pois o desbloqueio pode ser efectuado cinco ou mais horas mais tarde.

E finalmente a terceira sanção é o condutor (estudante ou o dr./Dr.) ser blasfemado pelo agente da segurança da UEM. (Você é condutor mas não conhece os sinais de trânsito; Você é estudante universitário ou dr./Dr. mas não sabe ler ou se sabe ler, não entende o que lê, etc.).

Para evitar esse tipo de sanções, abram o olho e respeitem a sinalização rodoviária. Nada de dizer que só vão fazer algo que leva menos de cinco minutos pois em nenhum momento o mau estacionamento (neste lugar) foi definido em função do tempo que a pessoa vai levar na universidade.

Marcos SINATE

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Montes de betão nas estradas de Maputo. Porquê?

Qual é o condutor que nunca teve que sair da sua faixa de rodagem para contornar um monte ou montes de betão que se encontram no meio da estrada? Se não o(s) contorna, pelo menos passa por cima dele(s)? É confortável, não é?  

Pois é, para além do local onde decorrem as obras de construção civil na cidade de Maputo, camiões usados para o transporte de betão para os locais em que decorrem as obras, sujam e danificam as estradas com restos de betão. Porquê? Será uma maneira de fazer a limpeza dos seus camiões? Será por negligência dos preceitos da postura urbana? Quando ''acidentalmente'' o camião despeja betão na estrada, o que é que o condutor deve fazer?
 
As avenidas Vladimir Lenine, 25 de Setembro, Filipe Samuel Magaia e Julius Nyerere são exemplos da realidade acima descrita. Depois da descarga do betão na obra, não se tem o cuidado de verificar se há sobras de betão dentro do camião que possam cair durante a sua marcha ou mesmo se o equipamento da descarga está completamente limpo. Resultado, o betão encontra-se espalhado por quase todas as ruas e avenidas da cidade de Maputo.
Como cidadãos deste país e deste município gostaríamos de ver esta realidade invertida. Os cidadãos (automobilistas), o meio ambiente e o espaço físico urbano merecem o respeito de todos. Já temos o problema dos buracos nas estradas; temos o problema dos buracos nos passeios (que perigam a saúde do cidadão), temos o lixo (problema já quase minimizado mas permanece), etc. que precisam de ser resolvidos.
Então, senhores construtores de edifícios, tentem respeitar as normas de higiene e segurança nos vossos locais de trabalho e em todos os locais por onde passam os vossos camiões transportadores de betão.

Juntos por estradas livres do betão, das covas e do lixo.

Abram o olho!
Marcos SINATE

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A polícia não conhece o código da estrada?



Esses carros estão estacionados na Avenida Olof Palme, ao lado do Ministério do Interior. Este último situa-se a escassos metros do Concelho Municipal que também está munida duma polícia que também faz a fiscalização rodoviária. Mas, nesta avenida cada condutor está livre de interpretar os sinais como quiser e fazer o que bem entender. É o que nos parece.

Há polícia a fiscalizar o trânsito neste local normalmente. Contudo, esses carros estão quase sempre lá estacionados, embora haja sinais que interditam o estacionamento. Os agentes da polícia de trânsito ficam mudas perante essa situação. Já não falamos da polícia municipal que descarta oportunidades de bloquear os carros com a sua famosa ''chamussa''. Mas estes parece terem preferência pelos carros que circulam e estacionam na Baixa da cidade de Maputo.



Nem a polícia de trânsito aplica multas e nem a polícia municipal faz o uso da sua ‘‘chamussa’’ nesse lugar.
Qual é o problema? Alguma coisa impede as autoridades policiais de fazer o uso dos seus instrumentos de trabalho que são supostamente legais? Têm medo de alguma coisa ou de alguém? De quem são esses carros?

Abram o olho!

Marcos SINATE