sábado, 20 de julho de 2013

Nos transportes públicos TPM paga-se 20Mt e viaja-se a 7Mt



A empresa de Transportes Públicos de Maputo, actualmente designada Empresa Municipal de Transportes Públicos, introduziu há alguns meses as carreiras Expresso para os diversos destinos da cidade e província de Maputo. Supõe-se que o objectivo dessas novas carreiras seja de melhorar a eficácia e a eficiência do sistema de transportes em Maputo. Mas, o que acontece é que nada se apresenta como novo senão a diferença de tarifas entre as carreiras Expresso e as normais.
Quando esses autocarros começaram a operar, havia paragens determinadas para levar e/ou deixar passageiros. Mas, é muito frequente nesses dias que estes machimbombos parem em qualquer paragem para os mesmos efeitos acima referidos. Falamos concretamente dos autocarros que fazem o trajecto Maputo-Boane e Mozal-Maputo. Não queremos falar dos outros motoristas, que mesmo em semáforos e outros locais que não sejam paragens, descarregam passageiros colocando a vida destes em risco embora seja a seu próprio pedido.
Ao questionarmos sobre essa desobediência, os motoristas e cobradores afirmam que pretendem ajudar as pessoas que residem em bairros cujas paragens não estão marcadas para que o Expresso leve ou deixe passageiros; todo o mundo precisa de viajar e não deve haver egoísmo.
Concordando com a ideia de querer ajudar todos os passageiros, a solução seria, para nós, eliminar as carreiras Expresso. Assim não haveria discriminação e nem desigualdades no acesso aos machimbombos; todo o mundo beneficiaria dos autocarros provavelmente da mesma maneira.
Para além destes aspectos que se constatam nesses autocarros, há que considerar os engarrafamentos que se apresentam no período matinal e na hora de ponta. Assim, questionamos se há necessidade de colocar carreiras Expresso nesses momentos do dia apesar dos engarrafamentos? Em que medida é que esses autocarros são eficientes nas horas em que se sabe que há engarrafamentos?
Solicitamos que esses autocarros não circulem como Expresso sempre que a circulação rodoviária estiver perturbada pelos engarrafamentos. Pedimos ainda que os motoristas e cobradores respeitem as ordens dos seus superiores, o código de estrada e que não deixem os seus valores morais ajudar uns, prejudicando os outros. Não se deve prejudicar os passageiros que apanham o Expresso com a expectactiva de chegar rápido ao seu destino, pois considera-se que é um autocarro que não tem muitas paragens.
A carreira Expresso é especial ou não? Que faça valer os propósitos para os quais foi concebida!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Residentes da Matola-rio na luta contra o lixo nas ruas

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Esta manhã os residentes da Matola-rio decidiram lutar contra o lixo que se encontrava acumulado nos diferentes pontos do bairro. Tratava-se do lixo depositado pelos próprios residentes, mas também pelos residentes de outros bairros. Estes últimos transportam regularmente, na calada da noite, o lixo produzido nos seus bairros e vêm depositá-lo em vários locais da Matola-rio.
A solução encontrada pelos residentes foi a de se reunir para juntos fazer desaparecer o lixo e sensibilizar todos os residentes a abrir covas em seus quintais para depositarem os seus resíduos.

Matola rio faz parte do distrito de Boane, recentemente elevado à categoria Município. Esperamos com esta municipalização que Boane possa beneficiar de mecanismos eficazes e eficientes para a remoção e, se possível, a reciclagem do lixo. Esperamos ainda que não só o distrito seja municipalizado, mas também que se criem mecanismos para que os seus habitantes sejam cidadãos dignos de residir num município. Precisa-se de cidadãos que não deitem lixo nas ruas do seu bairro, que não saiam com o lixo para deitar em outros bairros e também que reprimam os indivíduos que transportam o lixo dos seus bairros para deitar os outros.
Os residentes do bairro da Matola-rio mostram que já são e estão a torna-se cada vez mais “BONS CIDADÃOS”.
Parabéns aos residentes da Matola-rio que consagraram uma parte da sua matina à limpeza do seu bairro. Que os outros bairros aprendam algo desta acção para limpar e manter os seus bairros limpos!
Juntos na luta contra o lixo e as doenças! Abram o Olho.
 

sábado, 6 de julho de 2013

A morte de bibliotecas ocorre somente em Maputo?



O comércio ambulante de livros na cidade de Maputo é uma realidade visível em quase todas as suas esquinas, nas proximidades duma escola ou não. É possível encontrar uma diversidade de livros, desde os livros de diversão aos de produção científica.
Mas, questionemo-nos sobre a proveniência destes materiais que constituem instrumentos preciosos para o desenvolvimento académico, político, cultural e mesmo espiritual (bíblia). Estariam as bibliotecas a eliminar alguns livros tidos como antigos e por isso não lidos? Não estariam as bibliotecas das nossas escolas sendo saqueadas por indivíduos preocupados apenas com o desenvolvimento económico individual?
Geralmente, os livros que se encontram nas bancas das ruas aparecem identificados com o carimbo e referência das prateleiras das respectivas bibliotecas donde eles são retirados. Mas, nessas livrarias ambulantes da cidade de Maputo, os livros passam por uma série de cirurgias para fazer desaparecer a identidade de proveniência do livro. Os carimbos são raspados, recortados ou ainda a página contendo o carimbo é arrancada.
Se considerarmos que os livros estão nas bancas dos vendedores ambulantes porque as bibliotecas retiraram-nos das suas prateleiras por falta de leitores ou por redução da sua importância, por que razões esses materiais passam por cirurgias? Note-se que alguns dos livros que se encontram nas livrarias ambulantes são novos e nem sempre apresentam carimbo de alguma biblioteca. Qual é a proveniência desses últimos? Os vendedores ambulantes também já importam livros? Não pretendemos insinuar que haja roubos nas livrarias, mas procurar perceber a proveniência desses livros, assim como procuramos saber da proveniência dos outros produtos de que somos consumidores.
Se alguém estiver a contribuir para o empobrecimento contínuo das nossas bibliotecas para resolver problemas individuais que necessitem de valores monetários, quem será esse indivíduo? Será algum funcionário da biblioteca? Será algum estudante ou outro tipo de leitor? Ou são todos eles? Não haverá outros mecanismos de resolver os seus problemas financeiros?
Um livro que se encontra numa biblioteca, beneficia numerosos leitores. Mas, um livro tirado da biblioteca e vendido na rua, beneficia apenas o comprador, que provavelmente após a leitura, arquiva-o na sua prateleira (se tiver) como propriedade privada e legítima. Mas, é também dessas prateleiras das bibliotecas de casa que provavelmente alguns dos livros vendidos na rua saem. Por isso, as bibliotecas que morrem não são somente as públicas, mas também as individuais (da casa ou do escritório), não?