segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Moçambique devia ter Inspectores Linguísticos



‘‘A língua portuguesa vem de longe! Veio de barco!’’. Esta é uma das expressões que foi muito usada durante uns tempos da minha infância e adolescência. Sempre que alguém cometesse algum erro linguístico essa era a expressão que era usada para o justificar e a pessoa que o cometeu tendia a fazer imediatamente a respectiva correcção.
 
Ah, lembro-me também da expressão ‘‘Joker’’ que era usada pelos adolescentes e jovens como um mecanismo de controle dos erros linguísticos na oralidade. Estas práticas funcionavam muito bem e os falantes da língua portuguesa em Moçambique, alguns deles, melhoraram a sua expressão oral graças a essas ‘‘brincadeiras’’.

Ora, não sei que brincadeira podemos inventar para evitar os erros linguísticos que inundam os livros, jornais, anúncios de vaga, painéis publicitários e até em pedras que indicam a data de inauguração de certas instituições como é o caso da Biblioteca Brazão Mazula, cita no Campus da Universidade Eduardo Mondlane.
Acho que precisamos de Inspectores Linguísticos com poderes para sancionar sobretudo as instituições que publicam documentos contendo erros ortográficos, sintácticos, semânticos e morfológicos. É a imagem do nosso país que fica manchada. Os cidadãos dos outros países membros da CPLP ou ainda os que aprendem a língua portuguesa vão dizer que os moçambicanos escrevem assim enquanto não são os moçambicanos. Na verdade são alguns moçambicanos de que desconheço o perfil.
Em jeito de recomendação, antes da publicação de qualquer documento, que se procure alguém para fazer a sua respectiva revisão linguística.
Abram o olho!
Marcos SINATE

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