
Neste discurso, o que ainda constitui a realidade deste jardim é apenas o nome e a sua localização. Já não é um lugar especial e nem agradável; Já não é necessariamente um jardim botânico; As árvores e plantas que lá se encontram, já não são autenticamente africanas e já não são numerosas. São árvores e plantas sem identidade, pois perderam as placas que as identificavam. Só as próprias árvores e plantas, provavelmente, sabem o que elas são.
O jardim Tunduru era o local preferido dos namorados e de passeio para os recém-casados
que amavam tirar fotografias para as suas belas recordações. Vários outros públicos
dirigiam-se a este local, como é o caso de crianças e jovens estudantes em
passeio. Era um local de passeio, de estudos e de visitas escolares.
Para circular em alguns lugares dentro
deste ex-belo jardim, temos que estar munidos de botas de borracha, calções e,
se possível, uma arma de fogo para se defender dos malfeitores e dos cães
raivosos que nele vivem.
Algumas das áreas deste jardim são usadas como casas
de banho para o tratamento da higiene pessoal. Há ainda os que o transformam em local para tomar o seu almoço e deixar o lixo espalhado sobre a relva sob pretexto que não existem lixeiras.
Mesmo assim, ainda há informações não actualizadas em sites Internet,
dizendo “Das típicas Acácias aos bonitos Jacarandás, é possível encontrar de
tudo um pouco.” Neste ex-jardim? Pergunto-me eu. Esse discurso já não cola com
a realidade que se vive no ex-Jardim Vasco da Gama.
O próximo Presidente do Município de Maputo deveria dar uma olhadela nas
antigas fotos deste jardim e procurar restabelecer a sua beleza em pelo menos 99%. Não devemos deixar o nosso património sucumbir desta maneira. Se for necessário que haja eleições, já votei pela reabilitação deste jardim e não pela sua transformação em outra coisa que não seja o que ele sempre foi.
Abram o olho para esta realidade e façam algo para a sua mudança. Ignorar realidades destas, não deve fazer parte da nossa cultura social e nem da cultura política.