Sociedade e Cultura

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

NÃO HÁ SANITÁRIOS PÚBLICOS. ENTÃO, VOU FAZER AS MINHAS NECESSIDADES NA VIA PUBLICA?

Alguém fotografou esse indivíduo que se encontrava supostamente a urinar no muro da Embaixada Sul Africana e publicou no facebook. A foto vinha com a seguinte legenda “Nem o Muro da Embaixada Sul Africana escapa ao grave Fenómeno "mijatorio"....”.

Achei muito interessante, não o título e nem a foto, mas os cometários feitos sobre esta publicação. Maior parte dos comentários afirma e defende que a acção do indivíduo que aparece na foto é legítima, pois na zona em que ele se encontra não há sanitários públicos. Que coisa! Alguém mais concorda com isso?

Eu concordo com uma parte desses discursos. Realmente, no espaço onde foi tirada a fotografia ou ainda ao longo de toda a avenida Julius Nyerere, não encontramos sanitários públicos. Mas isso não justifica que os cidadãos urinem nas árvores e muros que se encontrem na via pública.


Eu quero acreditar que esse indivíduo não se sentiu aflito exactamente naquele lugar. Esse indivíduo sentiu-se aflito algures e conseguiu deslocar-se até àquele lugar que ele achou como adequado para se aliviar. Se fosse por falta de sanitários públicos, esse indivíduo teria feito as suas necessidades menores em qualquer outro sítio.

Quero ainda acreditar que, naquelas bandas, havia mais pessoas que também estavam aflitas, porém não foram àquele muro e nem às árvores. Tomaram outras atitudes. Porquê?

Marcos SINATE
Publicada por Plataforma do Olho do Cidadão à(s) 07:46 Sem comentários:
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Etiquetas: cidade de Maputo, sanitários públicos

EMPREGADA DOMÉSTICA MALTRATADA?

Photo de Marcos Sinate.Durante toda esta semana, vi esta foto nos murais de amigos e grupos de debate dos quais faço parte. Preferi não comentar e nem fazer "Like". Levantei um conjunto de questões, mas não as publiquei imediatamente por falta de espaço, pois a foto estava inundada de ''Like's" e de comentários carregados de sensacionalismo. 

As perguntas que me coloquei, partem da imagem e terminam no seu conteúdo (texto escrito). Desta feita, questiono:
1 - Quando é que essa foto foi tirada? Afirma-se apenas que esse evento teve lugar na hora do almoço.
2 - Quem são as pessoas que aparecem na foto? O texto insinua que sejam as amas da senhora vestida de empregada doméstica, mas nada nos diz isso claramente.
3 - Essa senhora sentada, vestida de empregada doméstica, para quem trabalha? Para as duas senhoras que se encontram supostamente a almoçar? Pode ser que trabalhe para as duas, para uma delas ou para nenhuma delas, não?
4 - Com quem a suposta empregada estava ali? Pode ser que ela estivesse sentada ali, mas estava a acompanhar uma outra pessoa e não as duas senhoras que aparecem na foto ou não?
5 - Por que é que o texto que descreve o acontecimento aparece sobre a imagem? Exclusividade? Parece mais uma foto montada.
6 - Fala-se, no texto, duma indignação pela falta de princípios por parte de alguns pais. Quem deve ter os referidos princípios são apenas os pais ou os que têm filhos?
7 - Alguma coisa pode levar-nos a pensar que as supostas amas (as que aparecem na foto) têm filhos. Mas, como podemos sustentar esse pensamento a partir dessa foto?
8 - Há uma passagem que diz que empregada pode fazer o que quiser com a criança. Que coisas é que ela pode fazer? Boas ou más? Por que é que ela vai ou pode fazer as referidas coisas? Porque foi supostamente levada a um restaurante e não lhe serviram a refeição. É isso que se pode apresentar como argumento, imagino.
9 - Qual é a relação entre a colonização e o acontecimento descrito?
10 - "Os nossos ancestrais lutaram pa um Moçambique melhor". Será que as referidas melhorias foram alcançadas e o que aparece na fotografia mostra o retrocesso? Em que medida?
11 - A que brancos se refere quando se diz que "fomos colonizados pelos brancos". O que são e quem são os brancos? Se se falar das pessoas de pele referida como branca em oposição à negra, o argumento pode não ser muito plausível. Vamos considerar que houve pessoas de pele negra que participaram activamente do processo de colonização. Ao fazermos isso, tentaremos descortinar os conceitos de branco e negro que em certos tempos fizeram parte dos debates sobre a raças humanas. Nesses debates colocavam-se os brancos como superiores aos negros. Mas, isso já foi ultrapassado, pelo menos teoricamente.
12 - Finalmente, quem são os nossos semelhantes que nos colonizam hoje? O referido branco é ou não semelhante ao referido negro? Os brancos e negros são ou não semelhantes aos macacos?

O meu objectivo não era o de esgotar as questões que podem ser levantadas a partir dessa foto. Mas, de apresentar alguns pontos que nos possam permitir fazer reflexões com um certo nível de afastamento das nossas emoções. Assim, acredito que mais questões podem ser feitas, pois o assunto é muito vasto.

Marcos SINATE
Publicada por Plataforma do Olho do Cidadão à(s) 07:24 Sem comentários:
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Etiquetas: cidade de Maputo, direitos humanos, empregada doméstica, exploração, patroa

A UEM É A MAIOR UNIVERSIDADE DO PAÍS?

Photo de Marcos Sinate.“Afinal qual a maior Universidade Nacional? 1.UEM 2.UP 3. UniLurio 4. UniZambeze? Qual o criterio para a sua definição?” São as perguntas colocadas por Moçambique Sim Moçambique (Um dos membros dofacebook).

Eu aprendi a consumir com um mínimo de cuidado as informações provenientes da imprensa mas também de outras fontes científicas. Os questionamentos são a minha arma para tentar compreender a sociedade. Deste modo, eu faria perguntas sobre quem é a pessoa que afirmou que a universidade Eduardo Mondlane é a maior do país. Que autoridade tem essa pessoa para afirmar isso? Que conhecimentos tem sobre as outras universidades do país? Que critérios usa para afirmar que a UEM é a maior do país? Qual é a relevância de tais critérios para a classificação das universidades moçambicanas? Obtendo respostas para essas perguntas, a compreensão da afirmação segundo a qual a UEM é a maior universidade do país seria facilitada.

Atenção, não estou a dizer se a UEM é a maior do país ou não. Se o dissesse, estaria provavelmente a reproduzir algo que me foi dito nos anos 90. Nesses anos, provavelmente o critério usado foi o número de salas, de cursos, de estudantes, etc. E hoje em dia é provável que os critérios não sejam mais esses.

Marcos SINATE
Publicada por Plataforma do Olho do Cidadão à(s) 07:14 Sem comentários:
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Etiquetas: maior universidade de Moçambique, Universidade Eduardo Mondlane, Universidade Pedagógica

UMA SIMPLES PIADA?

Parece uma simples piada perguntar a um individuo que se alimenta na lixeira se a comida que ele come é saudável. Pessoalmente, considero que essa é uma questão que pode ser feita não só aos que se alimentam nas lixeiras.

Essa pergunta pode ser feita também aos indivíduos que compram comida na via pública e mesmo em restaurantes considerados de luxo. O que é que nos garante que a comida que consumimos na via pública e mesmo nos restaurantes é saudável?

Marcos SINATE
Publicada por Plataforma do Olho do Cidadão à(s) 07:10 Sem comentários:
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Etiquetas: comida de rua, confiança, piada

CONTENTORES DE LIXO A ARDER NA CIDADE DE MAPUTO. QUEM E PORQUÊ?

Photo de Marcos Sinate.
O problema dos contentores a arder não é novidade na cidade de Maputo. Dizia-se que o problema era característico dos contentores colocados nas proximidades dos mercados em que se confeccionam e vendem comidas. Porém, esta é uma realidade que se verificou num lugar com características completamente diferentes. Esse contentor encontra-se na Rua da Resistência, atrás das bombas de combustível.

Como se explica essa realidade? De onde provêm o fogo que deixou o contentor a arder e a poluir aquele bairro com o fumo por ele expelido? Qual é o perfil sociocultural dos indivíduos que incendeiam os contentores? É importante saber que esse comportamento não combina com a postura urbana pelo menos da cidade de Maputo.

Abram o olho e mudem de comportamento. As avenidas e ruas da cidade não são espaços para brincar com o fogo.

Marcos SINATE
Publicada por Plataforma do Olho do Cidadão à(s) 07:03 Sem comentários:
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Etiquetas: cidade de Maputo, contentor de lixo, lixo, mercado

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

URINAR NA VIA PÚBLICA? NÃO.



Essa foto não é nova. Escrevi algo sobre ela há poucos dias  publiquei no facebook. Constatei que ainda existem muitos indivíduos que procuram defender a legitimidade dessa prática nociva ao ambiente e à saúde dos cidadãos. O argumento principal continua sendo a falta de sanitários públicos. O que percebo desse argumento é que enquanto não houver sanitários públicos em toda a cidade de Maputo, os cidadãos vão indubitavelmente urinar na via pública.

Não sei em que cidades do mundo podemos encontrar sanitários públicos em todos os bairros e esquinas das ruas e avenidas para que os cidadãos possam fazer as suas necessidades. Considero o meio urbano como um espaço que exija um certo estilo de vida que leva os cidadãos até a controlar a sua alimentação em termos de horários, qualidades e quantidades.

Os cidadãos devem saber o que consumir e em que quantidade. Há alimentos que, quando consumidos em determinadas quantidades – de que o indivíduo devia ter um mínimo de conhecimento – são mais laxativos para uns e não para os outros. Há indivíduos que após terem ingerido uma certa quantidade de líquidos têm necessidades de urinar com muita frequência. Esses indivíduos deveriam saber como funciona o seu organismo para evitar expor, aos passantes, a sua posição predilecta para fazer as necessidades.

Para não ter necessidades de urinar na via pública, é importante que os cidadãos mudem do seu comportamento alimentar. Mas antes, é preciso conhecer o seu organismo. Sempre que achar que se vai deslocar a cidade, é preciso saber o que consumir e em que quantidades. Não vale a pena beber um litro de água, sabendo que vai circular por zonas em que não há sanitários públicos.

Uma mudança de comportamento pode também ser feita para evitar deitar lixo nos passeios ou lança-lo para a via pública pelas janelas dos carros, alegando que é pela falta de lixeiras no meio urbano.

 Juntos pela boa cidadania!

Marcos SINATE
Publicada por Plataforma do Olho do Cidadão à(s) 23:13 Sem comentários:
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Etiquetas: cidade de Maputo, CMCM, Concelho Municipal da Cidade de Maputo, sanitários públicos, urinar na via pública
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